Vistos gold: Investimento atinge os 82,5 milhões em agosto

O investimento captado através dos vistos ‘gold’ subiu 80,6% em agosto, face a igual período de 2018, para 82,5 milhões de euros, segundo dados estatísticos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Em agosto, o investimento total proveniente de Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI) atingiu 82.536.421,03 euros, uma subida de 80,6% face ao registado em igual mês do ano passado (45,6 milhões de euros). Relativamente a julho (98,2 milhões de euros), o investimento captado por via deste instrumento recuou 16%.

Do total do investimento captado em agosto, 76 milhões de euros correspondem à atribuição de vistos ‘gold’ por via do requisito de aquisição de bens imóveis, enquanto os restantes 6,4 milhões de euros resultam da concessão de ARI mediante o critério de transferência de capitais.

No mês passado foram atribuídos 147 vistos, dos quais 140 resultantes da compra de bens imóveis, seis por via da transferência de capitais e um pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho. Do total de vistos concedidos com a compra de imóveis, 40 corresponderam à aquisição tendo em vista a reabilitação urbana.

Nos primeiros oito meses do ano, o investimento captado totalizou 553 milhões de euros, ligeiramente abaixo dos 555 milhões de euros registados um ano antes.

Em quase sete anos — o programa ARI foi lançado em outubro de 2012 –, o investimento acumulado até agosto totalizou 4.802.871.680,23 euros, com a aquisição de imóveis a somar 4.337.808.884,78 euros. Os vistos “dourados” atribuídos por via da transferência de capital ascendem a 458.567.392,61 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento, foram atribuídos 7.885 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018 e 923 em 2019.

Até agosto último, em termos acumulados, foram atribuídos 7.431 vistos ‘gold’ por via da compra de imóveis, dos quais 397 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 437 e foram atribuídos 17 por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho. Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.369), seguida do Brasil (817), Turquia (363), África do Sul (311) e Rússia (279).Desde o início do programa foram atribuídas 13.364 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 1.549 este ano.

Investimento chinês a cair, brasileiro a subir

Mas o o investimento chinês captado através da atribuição de vistos ‘gold’ recuou 15,7% até agosto, face a igual período de 2018, enquanto o brasileiro subiu mais de 40%.

O investimento chinês por via de Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI) ascendeu a 163,7 milhões de euros nos primeiros oito meses do ano, uma descida de 15,7% face aos 194,4 milhões de euros registados em igual período de 2018, de acordo com os dados fornecidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Até agosto foram atribuídos 296 ARI a cidadãos chineses, o que compara com 348 um ano antes. Entre as cinco principais nacionalidades que mais investiram em Portugal por via do instrumento vistos ‘gold’, o Brasil assume destaque, com o investimento captado a subir 41,6% para 122,8 milhões de euros.

Nos primeiros oito meses deste ano foram atribuídos 164 ARI a cidadãos brasileiros, o que compara com 108 vistos atribuídos um ano antes, num total de 86,7 milhões de euros. Já o investimento turco totalizou 36,7 milhões de euros no final de agosto (68 ARI), menos 47% do que em igual período de 2018. Relativamente ao investimento de origem sul-africana, este caiu 15,7% este ano para 19,2 milhões de euros (36 ARI). Este ano, o investimento russo substituiu o de origem vietnamita na lista das cinco principais nacionalidades a apostarem neste tipo de instrumento. A Rússia, com 36 ARI atribuídos, foi responsável pela captação de 23,8 milhões de euros.

Um ano antes, este lugar era ocupado pelo Vietname, que com 37 vistos concedidos foi responsável por 18,9 milhões de euros.

Fonte: Diário de Notícias