Portugal tem sido uma boa surpresa para a Toys ‘R’ Us: as receitas das lojas nacionais crescem a um ritmo superior ao das irmãs espanholas. Para o ano, o CEO conta abrir mais dois espaços por cá e inaugurar um novo conceito de loja.

A Toys ‘R’ Us viveu em 2018 um ano pouco dado a brincadeiras: nos Estados Unidos passou por um processo de liquidação e na Península Ibérica só escapou com a ajuda de um “cisne verde”: a portuguesa Green Swan. Cerca de um ano depois, a nova dona já abriu três lojas e quer continuar a renovação.

No processo, a melhor surpresa foi encontrada deste lado da fronteira: a cadeia em Portugal está a afirmar-se a um nível consideravelmente superior ao conseguido em Espanha. “Portugal está a ajudar mais do que Espanha”, no que toca às receitas da Toys ‘R’ Us, partilha em declarações ao Negócios o CEO da empresa, Paulo Sousa Marques. As receitas em território português estão a crescer na ordem dos dois dígitos, enquanto Espanha se fica por um único dígito e “baixo”, explica Sousa Marques.

As 11 lojas em território nacional contribuem em 20% para as receitas totais da Península Ibérica, quando a Toys ‘R’ Us conta com quase o quíntuplo das lojas no país vizinho – 51. Além disso, até ao momento, “em Portugal fomos sempre lucrativos”, garante o CEO. Já para Espanha, o objetivo para este ano é conseguir o “break-even”.

Já em relação às razões que suportam o desempenho mais animador das lojas em Portugal, o CEO começa por falar na situação de instabilidade política em Espanha, cujos danos se estendem à economia, mas fecha com outro argumento: “acho que a notícia que a Toys foi comprada por um grupo português teve impacto”, considera. Em todo o caso, este foi um desfecho surpreendente para os novos donos. “Confesso que não esperava”, diz Paulo Sousa Marques.

A meta de faturação que já havia sido avançada pelo grupo colocava a fasquia para 2019 nos 170 milhões de euros, no conjunto da Península Ibérica, um nível que “ainda é possível” dependendo do desempenho neste Natal, estima o gestor. Prefere não aprofundar os números, dada a sua incompletude. “De hoje, até ao final do ano, eu vou vendar mais do que vendemos do início do ano até agora”, justifica.

Prendas no sapatinho português

A Toys ‘R’ Us não quer esgotar as surpresas na época natalícia. Em 2020, o CEO planeia abrir mais duas lojas no país, cuja localização está a ser negociada, assim como o momento da abertura. Paralelamente, centros comerciais no Porto e em Lisboa estão a competir com ofertas para estrearem um novo conceito de loja, mais “experiencial”, avança Sousa Marques. Dinossauros robóticos, palcos com instrumentos musicais e jogos interativos vão entreter os clientes, numa tentativa de afastar a loja da imagem de “armazém de brinquedos”. “Testámos aqui no escritório, no outro dia, um jogo interativo. Agora o nosso lema é: ‘é proibido não tocar’”, conta o gestor.

Em 2019 a Toys ‘R’ Us já abriu uma loja em Portugal, no Algarve Shopping, em Albufeira. Os investimentos este ano chegaram aos 7 milhões de euros, a maioria dirigido à referida remodelação e abertura de lojas. Mas a base informática da empresa também sofreu uma “reviravolta”, que custou 2,5 milhões.

“A venda online subiu muitíssimo”, diz o CEO. Foi acrescentada a possibilidade de aceder no telemóvel aos serviços do site e adicionados novos métodos de pagamento. De um peso de 4%, o negócio online passou para 7% no espaço de um ano. O canal de YouTube da marca, inaugurado deste lado da fronteira, foi outro grande impulsionador da presença online.

Fonte: Jornal de Negócios


0 comentário

Deixe uma resposta

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PT